Esportivo chega ao Brasil como nos velhos tempos: tração traseira, muita potência, aspecto quarentão e preço atraente; Confira teste
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Novo Camaro, estrela da série Transformers, chega ao Brasil a partir de R$ 185 mil
As enormes rodas de 20 polegadas usam pneus Pirelli Pzero largos e baixos (245/45 na frente e 275/40 atrás). Atrás delas, aparecem os freios a disco nas quatro rodas da Brembo. Até então, a gente não sabia se o Camaro SS seria bom de acelerar, mas algo já dizia que não teria problema para parar. Entro no carro, viro a chave e o clássico ruído de V8 norte-americano tira do silêncio a pista de Tatuí. Vai começar o show. Engreno a primeira das seis marchas do câmbio manual e entro na pista. Com o controle de tração desligado, piso no acelerador, solto a embreagem e os pneus começam a queimar borracha, sinalizando que motor é o que não falta ao Camaro. A experiência serviu para ensinar que a saída deveria ser muito cautelosa e com aceleração suave, sob pena de gastar pneus sem sair do lugar.
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Espelho, espelho meu. Existe algum carro mais rápido que eu? Sim, vários. Mas não por esse preço
Méritos para o motor LS3 do Camaro, basicamente o mesmo que estreou no Corvette 2008. Graças à cilindrada elevada (6.2), esbanja não apenas potência, mas também tem torque de sobra: são 58 kgfm a 4.600 rpm. Isso explica a necessidade de se dosar muito bem o acelerador nas arrancadas. Os projetistas foram saudosistas no número de válvulas (apenas duas por cilindro) e na árvore de comando (somente uma), mas avançados na escolha do material do bloco (alumínio).
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Uma curiosidade: a Chevrolet tem dois motores V8 para o Camaro. Um para o modelo equipado com câmbio manual (LS3) e outro para o modelo automático (L99), vendido oficialmente pela GM. No caso do L99, a potência cai de 426 para 406 cv, assim como a taxa de compressão, que baixa de 10,7:1 para 10,4:1. Só na versão automática o motor conta com sistema de desligamento automático de quatro cilindros, para economia de combustível.
Voltando ao nosso LS3, o motorista precisa de tempo para se acostumar ao câmbio Tremec de seis marchas, porque a alavanca tem curso um pouco longo. Em ritmo tranquilo, não há problemas, mas com aceleração máxima os engates não são tão precisos. O volante de grandes dimensões deixa claro que os designers procuraram seguir à risca a proposta original do carro. Apesar da pegada retrô, no entanto, a direção acomoda os comandos de som e do controlador de velocidade. Na versão automática (seis velocidades), traz alavancas para mudança de marchas.
Para um esportivo, particularmente acho que a direção poderia ser um pouco mais direta. Mas no Camaro o acerto de direção e suspensão claramente privilegia o conforto e a tocada suave, apesar do motor nervoso. Isso significa que a suspensão é macia, e que você sempre precisa fazer um movimento um pouco além do ideal para contornar curvas. Embora apresente uma forte tendência de inclinação em curvas, o Camaro é estável, graças à suspensão independente nas quatro rodas e também aos enormes pneus. A aerodinâmica é boa. A Chevrolet informa Cx de 0,35 no Camaro SS. Para se ter uma ideia, o moderníssimo Audi R8 Spyder tem Cx de 0,37. Uma forte característica do Camaro são os vidros pequenos. Tanto o para-brisa como os vidros laterais têm dimensões reduzidas. Essa solução dá um aspecto agressivo ao cupê, e tem precedentes: o Chevrolet aparentemente bebeu na mesma fonte do Chrysler 300 C.
Se direção e suspensão têm comportamento suave, os freios confirmaram nossas melhores expectativas: de 80 km/h a 0, o Camaro precisou de apenas 23,7 metros, distância digna de esportivo alemão. O painel é bem espartano, e busca reproduzir o estilo do modelo antigo. Tem saídas de ar de desenho simples e quadro de instrumentos retangulares. O desenvolvimento do cupê foi feito conjuntamente entre os times de engenharia dos EUA e da Austrália, e parece que o pessoal da Oceania levou a melhor pelo menos em um item: eles conseguiram instalar a alavanca do freio de mão do lado direito do túnel central. É bom para quem usa o volante do lado direito (a exemplo deles). Para a gente (e para os norte-americanos), não.
Voltando ao nosso LS3, o motorista precisa de tempo para se acostumar ao câmbio Tremec de seis marchas, porque a alavanca tem curso um pouco longo. Em ritmo tranquilo, não há problemas, mas com aceleração máxima os engates não são tão precisos. O volante de grandes dimensões deixa claro que os designers procuraram seguir à risca a proposta original do carro. Apesar da pegada retrô, no entanto, a direção acomoda os comandos de som e do controlador de velocidade. Na versão automática (seis velocidades), traz alavancas para mudança de marchas.
Para um esportivo, particularmente acho que a direção poderia ser um pouco mais direta. Mas no Camaro o acerto de direção e suspensão claramente privilegia o conforto e a tocada suave, apesar do motor nervoso. Isso significa que a suspensão é macia, e que você sempre precisa fazer um movimento um pouco além do ideal para contornar curvas. Embora apresente uma forte tendência de inclinação em curvas, o Camaro é estável, graças à suspensão independente nas quatro rodas e também aos enormes pneus. A aerodinâmica é boa. A Chevrolet informa Cx de 0,35 no Camaro SS. Para se ter uma ideia, o moderníssimo Audi R8 Spyder tem Cx de 0,37. Uma forte característica do Camaro são os vidros pequenos. Tanto o para-brisa como os vidros laterais têm dimensões reduzidas. Essa solução dá um aspecto agressivo ao cupê, e tem precedentes: o Chevrolet aparentemente bebeu na mesma fonte do Chrysler 300 C.
Se direção e suspensão têm comportamento suave, os freios confirmaram nossas melhores expectativas: de 80 km/h a 0, o Camaro precisou de apenas 23,7 metros, distância digna de esportivo alemão. O painel é bem espartano, e busca reproduzir o estilo do modelo antigo. Tem saídas de ar de desenho simples e quadro de instrumentos retangulares. O desenvolvimento do cupê foi feito conjuntamente entre os times de engenharia dos EUA e da Austrália, e parece que o pessoal da Oceania levou a melhor pelo menos em um item: eles conseguiram instalar a alavanca do freio de mão do lado direito do túnel central. É bom para quem usa o volante do lado direito (a exemplo deles). Para a gente (e para os norte-americanos), não.
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Esportivo chama (ainda mais) atenção durante a noite
No final do dia, após a sessão de testes e fotos, fiz um rápido balanço e cheguei à conclusão de que o Camaro teria de melhorar para me conquistar: o motor é forte, o poder de tração é animal e os freios são excelentes, mas o balanço da carroceria e a direção estão abaixo do que eu espero de um esportivo. Porém, a minha frieza contrastava com o sorriso do fotógrafo Fabio Aro, o mesmo que havia se instalado na face dele no começo da jornada. Conclusão: o Camaro não é para todo mundo, mas tem seguidores fiéis. Pode apostar.
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O painel é simples, à moda do modelo original. A alavanca do freio de mão foi para o lado direito: "culpa" dos australianos
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